Extração de gás de xisto atrai mais investimento

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A indústria petrolífera está aumentando seus investimentos em pesquisa com a esperança de tornar mais fácil e barata a extração de petróleo e de gás natural das formações de xisto e dos campos de águas profundas, ampliando e acelerando o boom energético nos Estados Unidos. 

As maiores empresas de serviços petrolíferos - Schlumberger Ltd., Halliburton Co. e Baker Hughes Inc. - aumentaram em 24% seus orçamentos de pesquisa e desenvolvimento entre 2010 e 2012. Juntos, eles somaram US$ 2,1 bilhões no ano passado. 

Nos últimos anos, essas empresas, que prestam vários tipos de serviços de exploração, têm se tornado os principais motores de P&D na indústria de petróleo, ultrapassando os gastos de petrolíferas como a Chevron Corp. e a Royal Dutch Shell PLC. 

A busca por novas fontes de combustíveis fósseis tem levado as empresas do setor para regiões marítimas de águas mais profundas e para densas formações de xisto, ambas caras de se explorar. 

Muitas das pesquisas dessas companhias de serviço se concentram em entender melhor as rochas de xisto argiloso (também chamadas de folhelho no Brasil) e desenvolver mecanismos mais avançados para obter mais petróleo e gás dessas formações. 

Dez anos após ter começado a exploração de xisto em larga escala, a indústria está perfurando milhares de poços por ano na Pensilvânia, Texas, Luisiana, Ohio, Oklahoma e Dakota do Norte, além de estar testando outras formações de xisto na Califórnia e no Mississippi. 

Agora, mesmo com a perfuração horizontal e o fraturamento hidráulico (conhecido como "fracking" nos EUA), os novos poços de xisto conseguem extrair apenas um pequeno percentual do petróleo e gás aprisionado nos pequenos poros da rocha, deixando mais de 75% para trás. 

"Entre 2004 e 2012, o desenvolvimento do xisto era, basicamente, bater com uma grande marreta e ver o que saia", diz Richard Spears, vice-presidente da Spears & Associates uma firma de Tulsa, em Oklahoma, que monitora os gastos no setor. 

"A questão agora é quem pode fazer isso melhor e otimizar o processo. O xisto não é como os oleodutos, que funcionam para tudo e todos", disse ele, destacando o uso de técnicas de fraturamento de diferentes escalas e intensidades nas formações de xisto. 

Avanços na perfuração podem significar que o crescimento do setor de energia norte-americano, que viu a produção de gás natural subir 19% e a de petróleo, 37% nos últimos cinco anos, pode ganhar um novo impulso com equipamentos melhores. 

"Estamos na aurora de uma nova era, então agora toda a indústria está começando a buscar esse recurso e tentando descobrir formas de extrair a maior quantidade possível de petróleo e gás desses lugares", diz Dan Hill, que lidera o departamento de engenharia de petróleo da Universidade A&M, do Texas. 

Ele disse que pequenos avanços nas técnicas de fraturamento hidráulico, nas quais água, areia e produtos químicos são injetados nos poços sob pressão para romper rochas muito abaixo da superfície terrestre, podem resultar em lucros significativos para as empresas de petróleo e combustível adicional para os mercados mundiais. 

Uma nova técnica envolve uma alteração da ordem em que zonas diferentes de cada poço são fraturadas, de modo a causar um impacto na rocha que faça aumentar a produção. Outra consiste em adequar a química dos fluidos à formação de xisto sendo perfurada. 

As empresas de serviço de petróleo também estão pesquisando técnicas para melhorar a perfuração e produção em águas profundas. A Schlumberger, que tem desenvolvido novas tecnologias para o setor desde 1927, apresentou recentemente o que afirma ser um dos maiores projetos de engenharia da sua história. O IsoMetrix é uma nova ferramenta para usar ondas sísmicas com precisão para localizar reservas em águas profundas. 

A porta-voz da Halliburton, Beverly Stafford, disse que a principal meta da companhia é ajudar as petrolíferas a ter mais acesso "a novas descobertas de hidrocabornetos e a maximizar o valor dos seus ativos". 

A companhia está trabalhando na exploração de xisto e de águas profundas, assim como no aumento da produção em campos maduros de petróleo e gás que estão há anos produzindo.
 
 
Fonte: Valor Econômico
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